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Plano é unir PIS e Cofins em um único tributo,
para facilitar a vida das empresas e a fiscalização
da Receita, mas a alíquota deve subir.
Fonte: Estado de São Paulo | Data: 28/05/2012
Depois das mudanças
na remuneração na caderneta de poupança,
a presidente Dilma Rousseff prepara uma ampla reforma em dois
dos mais complexos tributos cobrados no País: as contribuições
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Programa
de Integração Social (PIS).
A proposta já foi levada à análise da presidente
na sexta-feira passada pelos secretários Nelson Barbosa
(executivo da Fazenda) e Carlos Alberto Barreto (Receita Federal),
numa conversa da qual participou também o empresário
Jorge Gerdau. Ela prevê a unificação da
Cofins e do PIS. A fusão dará origem a uma nova
contribuição, que terá uma sistemática
de cobrança mais simples.
O governo alega que as modificações trazem vantagens
para as empresas e também para o Fisco. A alteração
exige apenas uma lei ordinária e pode ser feita por medida
provisória (MP). Com a mudança, a presidente pretende
dar mais um passo importante na sua estratégia de reformar
o sistema tributário em fatias. Ela evitou o caminho
dos governos anteriores, que perseguiram reformas amplas e ambiciosas
e fracassaram.
O PIS e a Cofins são tributos cobrados de duas formas:
cumulativa e não cumulativa. Na forma não cumulativa,
que é a mais nova e abrange a maioria das empresas, o
que é pago em uma etapa de fabricação vira
crédito a ser descontado na nova etapa. Ocorre que, hoje,
nem tudo o que uma empresa adquire para sua produção
dá direito a créditos tributários. Há
uma série de exceções e esse é um
dos principais focos de complicação. As empresas
precisam montar grandes estruturas para lidar com essas regras.
Segundo apurou o Estado, a proposta ataca esse problema, ao
garantir que todos os insumos passarão a gerar crédito.
A expectativa é que essa mudança simplificará
a vida não só das empresas, mas também
da Receita, que terá mais facilidade em fiscalizar. Isso
só foi possível com a implantação
da nota fiscal eletrônica. Nela, haverá um campo
específico para informar sobre a aquisição
de insumos.
Alíquota.
Há, porém, um problema que faz com que Dilma esteja
cuidadosamente preparando terreno para a mudança. Como
haverá maior geração de créditos
tributários, é possível que seja necessário
elevar a alíquota do tributo. O nível deverá
ficar acima dos 9,25% que hoje são cobrados de quem está
na sistemática não cumulativa.
O governo ainda não decidiu se o sistema cumulativo será
ou não mantido após a fusão dos dois tributos.
O que já está certo é que serão
preservadas todas as desonerações de PIS-Cofins
que o governo concedeu nos últimos anos. Por essa razão,
o ex-secretário da Receita Everardo Maciel acha que não
haverá a simplificação desejada: “É
como querer emagrecer sem abrir mão de uma dieta rica
em gorduras.”
Autor(es): ADRIANA FERNANDES, LU AIKO OTTA, VERA ROSA
O Estado de S. Paulo
