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Exportações de café alcançam US$
7 bilhões em 2011
Fonte: Valor Econômico | Data: 09/11/2011
Por Gerson Freitas Jr. | De São Paulo
Impulsionada pela alta nos
preços internacionais, a Receita com as exportações
brasileiras de café superaram a marca de US$ 7 bilhões
em 2011, um salto de 61% em relação aos 10 primeiros
meses de 2010. A estimativa foi divulgada ontem pelo CeCafé,
a entidade que representa os exportadores da commodity.
O volume embarcado também
cresceu, embora em ritmo muito inferior. Ao todo, o país
embarcou pouco mais de 27,3 milhões de sacas entre janeiro
e outubro, 4% mais do que em igual período de 2010.
Os números ainda refletem
a combinação entre preço e produção
recordes da safra 2010/11, encerrada em junho. Quando se observam
apenas os quatro meses da nova safra, iniciada em julho, os
resultados são menos auspiciosos.
No período, o Brasil embarcou
9,9 milhões de sacas, 10% menos do que nos quatro primeiros
meses da safra passada. A queda já era esperada, já
que os cafeicultores colheram uma safra menor neste ano. A Companhia
nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção
de 2011 em 43,2 milhões de sacas, 10,3% menor que anterior.
"O resultado é até
melhor do que o esperado", afirma Guilherme Braga, diretor
geral do CeCafé. Segundo ele, algumas vendas podem ter
sido antecipadas devido a uma sinalização de preços
menos favorável para a commodity. "Não digo
que haja uma pressão, mas as vendas da safra passada
foram mais dosadas".
Exportadores também estariam
se antecipando às mudanças na legislação
do PIS/cofins a partir de janeiro. Atualmente, as exportações
de café verde geram créditos tributários,
que serão extintos em 2012. "Hoje as exportações
de café valem mais", observa Braga.
Mantido o ritmo atual, prevê,
as exportações de café da safra 2011/12
deverão totalizar 32 milhões de toneladas, ante
35 milhões na safra 2010/11.
Apesar dos volumes menores, os preços
mantêm a Receita do setor em alta. Em outubro, por exemplo,
os embarques caíram 11% em relação ao mesmo
mês de 2010, a pouco mais de 3 milhões de toneladas.
Mesmo assim, os exportadores embolsaram uma quantia quase 33%
maior, estimada em US$ 871 milhões.
Embora tenha caído
quase 24% desde que atingiu as máximas do ano, em maio,
o preço do café ainda acumula alta de 10,5% nos
últimos 12 meses. No curto prazo, a oferta de café
no Brasil e o avanço da colheita na Colômbia e
América Central pesam sobre os futuros da commodity,
assim como as turbulências do mercado financeiro. No longo
prazo, os olhos se voltam para o desenvolvimento da próxima
safra brasileira. Ontem, em Nova York, os contratos para janeiro
caíram 355 pontos, a US$ 2,3285 por libra-peso, quebrando
uma sequência de quatro altas seguidas.